segunda-feira, 14 de março de 2011

Satisfação

Gostaria muito de quebrar o nariz do infeliz descreveu a faculdade como um "ambiente acadêmico que o prepara para o mercado de trabalho". Porque isso é uma puta mentira. Vou contar o que ela é na verdade, não passa de uma ceita maligna disposta e sugar sua alma e, com azar, seu dinheiro. Por alma entenda tempo, disposição, vida social e bronzeado. Mas é isso aí, quem mandou querer ser gente, né.

Desde pequeno você é preparado para a faculdade. A escola - que corresponde ao nosso primeiro contato social e fonte de conhecimento didático - consiste em uma lavagem cerebral a fim de direcionar seu subconsciente à focar-se em uma única meta:


Traumático, não é? Quem não se lembra do(s) bom(ns) e velho(s) ano(s) de vestibular? Cair de paraquedas (cacetovski, não sei escrever isso) no terceiro ano e se dar conta de que tudo o que você não aprendeu até ali vai cair na prova da universidade que mais queria. Roer as unhas de ansiedade esperando o resultado do primeiro exame de qualificação da UERJ... ou a crise de ansiedade pré-provas eliminatórias da UFF/UniRio. E a dúvida cruel: prestar ou não pras particulares? Sem esquecer das olheiras que te fazem parecer pandas (e perduram até hoje).

Achou mesmo que eu tava falando do tipo fofinho?

Muitos vestibulandos até são vítimas da Síndrome do Urso Polar: gordo e branco. Mas é isso aí, tudo por uma boa faculdade. Papai e mamãe investiram muito dinheiro para você ficar de lezeira e deixar o ano correr. E lá vai você para cursinho, com rotinas de estudo e apostilas debaixo do braço. Até o fim do ano as apostilas aumentam de tamanho de forma inversamente proporcional às suas forças e disposição. Para piorar, algumas provas só acontecem em Janeiro após alguns resultados já terem saído - sejam eles positivos ou não.

E parabéns, bonitão/ona! Passou de mero estudando para um universitário adjetivado; aluno de medicina, de engenharia, de letras e etc etc e tal. As gurias alisam os cabelos, todo mundo termina os rolos e se prepara pra doce vida de universitário no melhor estilo KE$HA.


Sempre achei que o relógio fazia Tic Tac.

Acontece que... não é bem assim. Ou melhor, até tem esse lado pra quem gosta. Ao contrário dos filmes, há muito mais coisa para estudar do que na escola. Para quem achava física difícil, o cálculo, a fisiologia ou a perspectiva são o inferno na Terra. Estudar como um louco para um seminário enquanto prepara um projeto e resenha três capítulos de 60 páginas viram rotina e os amigos ficam cada vez mais distantes. Sorte sua se cursar o mesmo que um deles, porque é com ele que terá mais contato.

Claro que não para por aí. No meio do turbilhão de responsabilidades, muitos vão morar sozinhos, tendo que administrar não só a casa como estágios e trabalhos de grupo. O tempo para respirar e espairecer é cada vez menor. Afinal de contas, o que está em jogo não é uma aprovação, mas a sua boa formação como profissional. It's now or never e você precisa se preparar. Profissionais incompetentes não vão para frente, só atrapalham aos outros e a si próprios. Com o tempo o dinheiro se torna preocupação, colegas de turma se tornam concorrentes e é preciso estudar mais. Um mestrado não é mais suficiente.

Pensando positivo... quando estiver lá no topo da cadeia alimentar, bem sucedido e auto-suficiente, você olhará para trás e se orgulhará de tudo isso. Vai rir e ser muito feliz...

Ou não?

sábado, 5 de março de 2011

Gente que devia morrer

Todas as pessoas são únicas. Cada um possui características que o tornam especial e o diferenciam dos outros à sua volta ou do outro lado do planeta. Grandes discussões sobre o que define a personalidade permeiam os meios social e científico; "genética", "ambiente", "cultura", são tantas as hipóteses que o ser humano parece se tornar mais complexo a cada dia que passa.

Há, entretanto, queridos, coisas que não mudam. As haters gonna hate, cachorros lamberão as parte íntimas, gatos engasgarão com bolas de pêlo (2012 não chegou ainda, ok) e pessoas seguirão tendências. Repetir o comportamentos (e erros, heh) da geração anterior parece algo incrustado em nosso DNA a fim de trollar à todos no dia do juízo final. Todavia alguns parecem impacientes e não querem esperar até ano que vem, preferindo, desde sempre, incomodar o alheio. Estes abrem mão de serem interessantes por suas peculiaridades e preferem assumir perfis pré-existentes puramente pelo desejo de piorar o inferno que é a vida numa cidade. E quando falo cidade refiro-me a engarrafamento, transporte público deficiente, hell-of-a-crowd, falta de educação e sujeira.

Aproveitando o Carnaval, no qual tudo isso aumenta exponencialmente, fiz um apanhado de tipos específicos que deveriam ser jogados no canto mais obscuro do inferno, onde suvacos fedorentos estão no seu rosto enquanto você tenta voltar pra casa de metrô.
Encabeçando essa galera não podiam deixar de estar os sacoleiros. Mas do que exatamente você está falando, Kacey? Ora, eu explico. Sacoleiro é a pessoa que nasceu grande demais para ser alocada em seu próprio corpo, tentando, de todas as formas possíveis, estender sua existência física. A maneira mais simples de fazer isso é carregar para cima e para baixo o máximo de tralha que seus braços conseguirem carregar e suas pernas conseguirem arrastar. (In)Felizmente, muitos tem essa capacidade limitada, assim, os sacoleiros recorrem a ambientes apertados, nos quais podem usar suportes extras e aumentar ainda mais seu novo corpo.

Agora vamos repassar os conceitos de apertado e suporte, segundo Aurélio.
1) a.per.ta.do - adj, masc; metrô, ônibus, trem, Renner em dia de liquidação.
2) su.por.te - subst, masc; corpo de outras pessoas

Revisado isto, sigamos. Com seus membros extensíveis alocados nas mais diversas variedades de sacolas e bolsas, este grupo transita pela cidade esbarrando nos outros, ocupando acentos extras e apertando todo mundo na busca de apoio. E AI DE VOCÊ, DANADO, se encostar um pelinho do braço em qualquer pertence do sacoleiro. Ele se sentirá ameaçado e iniciará uma discussão de altíssimo nível, da qual você terá sorte se sair só com uma sacada na cabeça.

Para nossa alegria o ser humano consegue ser bastante flexível quando quer. Conseguimos conviver com os sacoleiros ao adquirir habilidades de esquiva e contração, como gatos invadindo sua casa pelas grades da janela para comer seu peixinho dourado. Só que além de flexível, o homem também é bastante imbecil. Gostamos de inventar apetrechos que nos farão sofrer num futuro próximo. Vide o alto-falante do celular. Este possibilitou o surgimento de dois novos tipos ainda mais irritantes que os sacoleiros: os musiqueiros e os portadores de Nextel.

Odeio Nextel. A idéia é boa, mas brasileiro que é brasileiro sabe avacalhar qualquer coisa. Imagine-se no meio da aula, depois do almoço e com as luzes apagadas devido ao projetor. Você se esforçando ao máximo para não ceder ao sono e tentar absorver alguma informação, quando um "pibip" seguido de um "FALA, VIADO/BARANGA" irrompem pela sala. Eu vos pergunto, amigos: COMO PROCEDER? Eu sei que existe a função silenciosa, mas por que eles NÃO usam? D:

E o que falar de quem coloca músicas no alto-falante do celular? Para piorar, em 154% das vezes é ruim. Na verdade, a qualidade da música é inversamente proporcional ao número de horas que você deverá passar perto do musiqueiro. Also, é impossível pedir a eles que abaixem o volume, já que isso será interpretado como "Amigo, por favor, estoure meus tímpanos" e prontamente obedecido desta forma.

O caos se instala neste ambiente cheio e barulhento, já que estes dois adjetivos, quando juntos, atraem uma praga chamada profeteiro. O profeteiro é aquele que se aproveita de algomerações para pregar toda e qualquer idéia que ele defenda. Seja religiosa, seja social, ele te ataca quando você não pode se defender e martela em seu ouvido. Querendo ou não, algo vai acabar entrando no seu subconsciente e assombrará seus sonhos. Eventualmente eles pedem dinheiro também. Se você não der, sofrerá as consequências - seja lá quais elas forem.

Por fim, não podemos esquecer do micareteiro, a criatura que anda de abadá para ahazzar. Sinceramente, não consegio enxergar o propósito de se apertar junto, suar junto, pular junto, encher a cara junto e vomitar junto. Ou melhor, consigo sim: copular. Copular loucamente, como se a sobrevivência da espécie dependesse disso. Aliás, vocês que vão para o Carnaval, façam-me o favor de não voltar.

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ps: desculpem a falta de imagens ): A internet e eu estamos brigadas.
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