segunda-feira, 14 de março de 2011

Satisfação

Gostaria muito de quebrar o nariz do infeliz descreveu a faculdade como um "ambiente acadêmico que o prepara para o mercado de trabalho". Porque isso é uma puta mentira. Vou contar o que ela é na verdade, não passa de uma ceita maligna disposta e sugar sua alma e, com azar, seu dinheiro. Por alma entenda tempo, disposição, vida social e bronzeado. Mas é isso aí, quem mandou querer ser gente, né.

Desde pequeno você é preparado para a faculdade. A escola - que corresponde ao nosso primeiro contato social e fonte de conhecimento didático - consiste em uma lavagem cerebral a fim de direcionar seu subconsciente à focar-se em uma única meta:


Traumático, não é? Quem não se lembra do(s) bom(ns) e velho(s) ano(s) de vestibular? Cair de paraquedas (cacetovski, não sei escrever isso) no terceiro ano e se dar conta de que tudo o que você não aprendeu até ali vai cair na prova da universidade que mais queria. Roer as unhas de ansiedade esperando o resultado do primeiro exame de qualificação da UERJ... ou a crise de ansiedade pré-provas eliminatórias da UFF/UniRio. E a dúvida cruel: prestar ou não pras particulares? Sem esquecer das olheiras que te fazem parecer pandas (e perduram até hoje).

Achou mesmo que eu tava falando do tipo fofinho?

Muitos vestibulandos até são vítimas da Síndrome do Urso Polar: gordo e branco. Mas é isso aí, tudo por uma boa faculdade. Papai e mamãe investiram muito dinheiro para você ficar de lezeira e deixar o ano correr. E lá vai você para cursinho, com rotinas de estudo e apostilas debaixo do braço. Até o fim do ano as apostilas aumentam de tamanho de forma inversamente proporcional às suas forças e disposição. Para piorar, algumas provas só acontecem em Janeiro após alguns resultados já terem saído - sejam eles positivos ou não.

E parabéns, bonitão/ona! Passou de mero estudando para um universitário adjetivado; aluno de medicina, de engenharia, de letras e etc etc e tal. As gurias alisam os cabelos, todo mundo termina os rolos e se prepara pra doce vida de universitário no melhor estilo KE$HA.


Sempre achei que o relógio fazia Tic Tac.

Acontece que... não é bem assim. Ou melhor, até tem esse lado pra quem gosta. Ao contrário dos filmes, há muito mais coisa para estudar do que na escola. Para quem achava física difícil, o cálculo, a fisiologia ou a perspectiva são o inferno na Terra. Estudar como um louco para um seminário enquanto prepara um projeto e resenha três capítulos de 60 páginas viram rotina e os amigos ficam cada vez mais distantes. Sorte sua se cursar o mesmo que um deles, porque é com ele que terá mais contato.

Claro que não para por aí. No meio do turbilhão de responsabilidades, muitos vão morar sozinhos, tendo que administrar não só a casa como estágios e trabalhos de grupo. O tempo para respirar e espairecer é cada vez menor. Afinal de contas, o que está em jogo não é uma aprovação, mas a sua boa formação como profissional. It's now or never e você precisa se preparar. Profissionais incompetentes não vão para frente, só atrapalham aos outros e a si próprios. Com o tempo o dinheiro se torna preocupação, colegas de turma se tornam concorrentes e é preciso estudar mais. Um mestrado não é mais suficiente.

Pensando positivo... quando estiver lá no topo da cadeia alimentar, bem sucedido e auto-suficiente, você olhará para trás e se orgulhará de tudo isso. Vai rir e ser muito feliz...

Ou não?

sábado, 5 de março de 2011

Gente que devia morrer

Todas as pessoas são únicas. Cada um possui características que o tornam especial e o diferenciam dos outros à sua volta ou do outro lado do planeta. Grandes discussões sobre o que define a personalidade permeiam os meios social e científico; "genética", "ambiente", "cultura", são tantas as hipóteses que o ser humano parece se tornar mais complexo a cada dia que passa.

Há, entretanto, queridos, coisas que não mudam. As haters gonna hate, cachorros lamberão as parte íntimas, gatos engasgarão com bolas de pêlo (2012 não chegou ainda, ok) e pessoas seguirão tendências. Repetir o comportamentos (e erros, heh) da geração anterior parece algo incrustado em nosso DNA a fim de trollar à todos no dia do juízo final. Todavia alguns parecem impacientes e não querem esperar até ano que vem, preferindo, desde sempre, incomodar o alheio. Estes abrem mão de serem interessantes por suas peculiaridades e preferem assumir perfis pré-existentes puramente pelo desejo de piorar o inferno que é a vida numa cidade. E quando falo cidade refiro-me a engarrafamento, transporte público deficiente, hell-of-a-crowd, falta de educação e sujeira.

Aproveitando o Carnaval, no qual tudo isso aumenta exponencialmente, fiz um apanhado de tipos específicos que deveriam ser jogados no canto mais obscuro do inferno, onde suvacos fedorentos estão no seu rosto enquanto você tenta voltar pra casa de metrô.
Encabeçando essa galera não podiam deixar de estar os sacoleiros. Mas do que exatamente você está falando, Kacey? Ora, eu explico. Sacoleiro é a pessoa que nasceu grande demais para ser alocada em seu próprio corpo, tentando, de todas as formas possíveis, estender sua existência física. A maneira mais simples de fazer isso é carregar para cima e para baixo o máximo de tralha que seus braços conseguirem carregar e suas pernas conseguirem arrastar. (In)Felizmente, muitos tem essa capacidade limitada, assim, os sacoleiros recorrem a ambientes apertados, nos quais podem usar suportes extras e aumentar ainda mais seu novo corpo.

Agora vamos repassar os conceitos de apertado e suporte, segundo Aurélio.
1) a.per.ta.do - adj, masc; metrô, ônibus, trem, Renner em dia de liquidação.
2) su.por.te - subst, masc; corpo de outras pessoas

Revisado isto, sigamos. Com seus membros extensíveis alocados nas mais diversas variedades de sacolas e bolsas, este grupo transita pela cidade esbarrando nos outros, ocupando acentos extras e apertando todo mundo na busca de apoio. E AI DE VOCÊ, DANADO, se encostar um pelinho do braço em qualquer pertence do sacoleiro. Ele se sentirá ameaçado e iniciará uma discussão de altíssimo nível, da qual você terá sorte se sair só com uma sacada na cabeça.

Para nossa alegria o ser humano consegue ser bastante flexível quando quer. Conseguimos conviver com os sacoleiros ao adquirir habilidades de esquiva e contração, como gatos invadindo sua casa pelas grades da janela para comer seu peixinho dourado. Só que além de flexível, o homem também é bastante imbecil. Gostamos de inventar apetrechos que nos farão sofrer num futuro próximo. Vide o alto-falante do celular. Este possibilitou o surgimento de dois novos tipos ainda mais irritantes que os sacoleiros: os musiqueiros e os portadores de Nextel.

Odeio Nextel. A idéia é boa, mas brasileiro que é brasileiro sabe avacalhar qualquer coisa. Imagine-se no meio da aula, depois do almoço e com as luzes apagadas devido ao projetor. Você se esforçando ao máximo para não ceder ao sono e tentar absorver alguma informação, quando um "pibip" seguido de um "FALA, VIADO/BARANGA" irrompem pela sala. Eu vos pergunto, amigos: COMO PROCEDER? Eu sei que existe a função silenciosa, mas por que eles NÃO usam? D:

E o que falar de quem coloca músicas no alto-falante do celular? Para piorar, em 154% das vezes é ruim. Na verdade, a qualidade da música é inversamente proporcional ao número de horas que você deverá passar perto do musiqueiro. Also, é impossível pedir a eles que abaixem o volume, já que isso será interpretado como "Amigo, por favor, estoure meus tímpanos" e prontamente obedecido desta forma.

O caos se instala neste ambiente cheio e barulhento, já que estes dois adjetivos, quando juntos, atraem uma praga chamada profeteiro. O profeteiro é aquele que se aproveita de algomerações para pregar toda e qualquer idéia que ele defenda. Seja religiosa, seja social, ele te ataca quando você não pode se defender e martela em seu ouvido. Querendo ou não, algo vai acabar entrando no seu subconsciente e assombrará seus sonhos. Eventualmente eles pedem dinheiro também. Se você não der, sofrerá as consequências - seja lá quais elas forem.

Por fim, não podemos esquecer do micareteiro, a criatura que anda de abadá para ahazzar. Sinceramente, não consegio enxergar o propósito de se apertar junto, suar junto, pular junto, encher a cara junto e vomitar junto. Ou melhor, consigo sim: copular. Copular loucamente, como se a sobrevivência da espécie dependesse disso. Aliás, vocês que vão para o Carnaval, façam-me o favor de não voltar.

==========================================================

ps: desculpem a falta de imagens ): A internet e eu estamos brigadas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Top 5 itens indispensáveis em um apartamento

Ao som de Glee - mais precisamente do astrinho danado da Broadway, Jonathan Groff (VOLTA, JESSE >:) -, eis que volto a postar neste blog sem vergonha. Rascunhos de textos não faltaram, mas a vontade tirou férias e com ela fui eu.

Desculpas esfarrapadas à parte, é engraçado as coisas que a gente pensa quando tem muito o que fazer e continua a procrastinar. Se eu contar que a inspiração deste post é um cesto de roupas sujas, creio que todos entenderão a idéia. Quem bloga bem sabe que o cotidiano é a melhor fonte de inspiração, pelo menos os meus melhores textos menos piores saíram dele. Caso vocês não concordem, ficarei aqui pensando nos humoristas famosos que arrancam risadas falando sobre as esposas e o trabalho. Ok, agora me sinto melhor.

Blá blá blá à parte, eis a lista imprescindível à todos que pretendem morar em um apartamento! :D

1) Cesto de Roupa Suja - duh.

Se eu falei dele acima, era óbvio que estaria aqui, certo? Não? Ok, vá estudar um pouco e volte quando conseguir ligar os pontos. Enfim.

Um cesto de roupa suja... o lindo cesto. Nas mais diversas cores e formatos, esse safadinho é um dos itens mais úteis na vida de uma pessoa preguiçosa ocupada. Por quê, vocês devem estar se perguntando. Ora, é uma simples questão de logística. A maioria, senão todas, das máquinas de lavar roupas estão na área de serviço ou próxima a ela. Todavia, são poucas as pessoas que efetivamente chegam em casa e ficam nuas já na área de serviço. Gente normal não anda pelada em casa antes de passar no banheiro. Existe todo um ritual de deixar a bolsa/mochila largada no sofá, dirigir-se até o quarto e correr para o banheiro para fazer aquele xixi que te apertava desde que saiu do trabalho (e você achou que dava para segurar). AÍ SIM, você pode aproveitar o embalo de ter abaixado as calças e tirar logo a roupa toda para tomar o banho dos deuses.

Limpinho, cheiroso e bonitão, você se prepara para dar uma caminhada sentindo a corrente que vem de baixo. De repente um clima estranho paira no ar. Você olha para os lados se perguntando o que pode ser. Há uma presença estranha no lavabo. Várias possibilidades entopem sua mente:

1) "F*deu! Invadiram e vão me matar!"

2) "Uma aranha! Ela vai me matar!"

3) "A loira do banheiro! Ela vai me matar!"

Mas é pior, muito pior. Ao olhar em volta você percebe quem gera o sentimento tão perturbador. São elas, sim! As roupas largadas ali. Sujas, suadas. Só esperando serem carregadas à seu destino úmido. Derrotado, você atravessa toda a casa e as entrega à lavadora.

Agora imagine um pequeno cestinho no canto do banheiro. Só ali, inocente. Junte suas roupas ali, sujinhas e fofamente amontoadas. Alguns dias depois ele está cheio e você pode levar não só três, mas VÁRIAS peças de roupa de uma vez só. É uma beleza ou não é?

2) Computador - TWITTER/FACEBOOK/MSN/TRABALHOS/AIMELDELS

Dispensa comentários.

3) Chuveirinho - opa.

Quem nunca teve dificuldade para lavar... as costas? Vejam bem, meus caros, há certas partes do corpo humano que foram feitas para forçar a convivência entre as pessoas. De que outra forma as pessoas catariam piolho ou coçariam as costas?

Certamente a frente anti-social atentaria para as mãozinhas-coçadoras-de-costas ou Quel-Quel-mata-píiiiooolhu... só que todos sabemos que não é a mesma coisa. Infelizmente isto também implica a impossibilidade de lavar as próprias costas de maneira satisfatória. Jogar a esponja, ensaboar em cima e deixar escorrer, esfregar-se na parede ou chamar a mãe (not) podem até resolver, ao custo de possíveis acidentes. Afinal, todos sabem que o banheiro é um local muito perigoso, pessoas morrem ali. Um bom chuveirinho salva vidas e ainda permite dar um geralzão no resto.

4) Ar condicionado - Alô, inferno? Sou eu.

Há muitos anos o Brasil era uma terra de clima agradável e tropical. Frutas enfeitavam belas árvores coloridas onde pássaros faziam seus ninhos e ventos balançavam galhos floridos e cheios de vida. Nessa terra bacaninha viva um povo muito gente fina, uns tais indígenas. Ao contrário dos coleguinhas astecas, eles não eram muito chegados em metais brilhantes MUITO OURO INSHALAH e ficavam só na jogatina.

Em um fatídico dia, o rei do pôquer aportou na área tupiniquim e desafiou os donos da terra, apostando vários itens confiscados do camelô. Confiantes em suas habilidades os índios colocaram sua terra na mesa. Infelizmente, Pedro escondeu um Às na manga e, com uma trapaça marota, virou dono das terras. Sabendo que isso o deixaria em bons lençóis, deu-as de presente ao rei e ainda pôs os pobres habitantes dela para descascar batatas. Revoltados com a injustiça, estes invocaram a fumaça maligna de LOST e juraram que aquela terra prosperaria tanto quanto esquentaria.

Resumindo: Se tudo correr bem, até 2012 nossa linda presidente nos colocará no meio de um forno de seis bocas à toda potência.

Consideradados os devidos riscos, todos devemos estar munidos de um ar condicionado para tentar fugir do grande forno que, um dia, há de nos consumir.

5) Coca-Cola - 10L

Já que não precisaremos ir até a área de serviço pôr a roupa para lavar; o computador estará lá para nosso bel prazel; teremos um chuveirinho para ficarmos lindos e limpos e um ar condicionado para nos mantermos assim... nada como apreciar um bom gole de Coca enquanto assistimos o mundo acabar.

===========================================================

Observação: De forma alguma o item 4 tem algo a ver com a história do Brasil, muito menos acho que os índios tenham algo a ver com o calor (mesmo que fosse verdade, eu ainda daria razão à eles). É tudo culpa da burrice e desleixo humano geral. Não venham me processar depois, hein.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Deseducando

É um dia chuvoso e você e seu cônjuge resolvem tirar as teias de aranha da cama. Acontece que as camisinhas estão tão cheias de poeira que estão lá tão confiáveis... ahh, quem liga? Só precisam pensar nisso daqui a nove meses mesmo...

E eles passam rápido, amigo. Logo logo há um cabeçudinho chorando e berrando por basicamente qualquer coisa. Resta ao pobre casal a árdua tarefa de educá-lo e tentar fazer dele uma pessoa decente boa não tão ruim aceitável. Tudo corre bem, até o dia em que o papai precisa trabalhar até tarde e a mamãe tem uma reunião. Oh meldels, oh meldels! O que fazer? Nessa hora ambos lembram de seus progenitores e correm a eles pedindo por socorro - o que importa se não os visitam há mais de cinco meses, não é?

Lisonjeados com a confiança, os vovôs prontamente se dispõem a ajudar e acolhem o pimpolho por um dia. Isto, meus amigos, é o suficiente para causar danos irreparáveis que acompanharão sua prole por toda a vida. Já dizia o ditado "mãe educa, vó estraga". Para piorar, a exposição crônica ao lanchinho da vovó aciona mecanismos no cérebro do bebê que o induzem a se comportar mal. Pronto, está semeado o desastre.

Anos depois, lá está o filhote, solto pelas ruas da cidade, tocando o terror. Batendo em mendigos, quebrando vitrines, chutando cachorros e tudo isso POR CULPA DA VOVÓ.

Ok, ok, todos sabemos que crianças criadas pela avó não são nada dessa deliquentagem toda que descrevi acima. Brincadeiras à parte, vamos pensar no filhote solto tocando o terror, não necessariamente estragado pela vovó - o maldito já nasceu ruim mesmo. Agora pense em mim, uma pobre criatura andando pelas ruas badaladas do Rio de Janeiro, querendo humildemente comprar uma latinha de champignon.

Champignon

Pois bem, estava eu aqui andando pela casa quando recebi o desígnio de marchar até o mercado e comprar uma latinha destes simpáticos cogumelos. Excelente, lá fui eu. Observem que usei o verbo marchar e não foi de forma figurada. Caminhar pela rua é uma verdadeira batalha, lutando para avançar pelas trincheiras formadas por barraquinhas de camelôs enquanto irrompe-se pela multidão de transeuntes. Antes fosse só isso.

Lembra daquela educação que você devia dar pros seus filhos? Pois é, ela serviria para situações como essa. Considere o seguinte impasse: duas pessoas andam na rua na mesma reta, uma caminhando em direção a outra. Qual a solução lógica? Após aquela hesitação inicial e da dancinha do esquerda-direita, cada um vai prum lado e segue seu caminho. O problema é que atualmente as pessoas parecem ter desenvolvido uma atração magnética pelo chão que só permite movimentação em linha reta com curvas em ângulos retos. Em outras palavras, não saem da frente. Isso torna o ato de andar pela rua uma atividade extremamente irritante, já que é necessário um verdadeiro conjunto de acrobacias e torções corporais para evitar chegar em casa com hematomas (true story, já tive meu braço quase arrancado por uma bolsa ninja mutante).

Mas tudo bem, dá para sobreviver até o mercado. Tudo pelo champignon.

Munida de uma latinha, esta que vos escreve caminhou até a fila única para três caixas. Acontece que a disposição deles é extremamente infeliz; no mesmo corredor estreitíssimo há duas caixas, uma mais à frente, outra atrás. Para meu azar, o da frente estava ocupado por uma mulher fazendo compras de mês (fato que eu não reparei no momento). Um carrinho de compras vazio estava atrás dela, que já pagava suas compras. Sabe Deus porquê, ela empurrou o carrinho vazio para trás.

O que pensar neste momento? Naturalmente que ela estava despachando o carrinho de compras. Eu, em toda minha educação e solicitude puxei o carrinho devagar para trás. Nada como fazer sua parte como cidadão... pelo menos foi o que eu pensei até a mulher meter a mão no carrinho e puxá-lo, encarando-me com tanto ódio no coração que achei que fosse apanhar ali mesmo. Só para deixar a situação mais legal, minha vez se aproximava no caixa à frente - isso enquanto ela enchia o carrinho, antes vazio, com suas compras de mês -... só que havia um obstáculo entre eu e o caixa:


Só existe uma palavra para traduzir meu sentimento naquele instante: desespero. Foi então que a atendente proferiu minha sentença de morte:

- Próximo.

Gelei sobre meus pés e olhei para ela pedindo misericórdia. Impiedosa, ela cuspiu a palavra com um olhar cheio de tédio e impaciência:

- PRÓXIMO! :@

Era isso. Eu tinha que ir. Olhei para ela, para o carrinho, para a mulher. Juntei toda a força que tinha e falei com a voz mais meiga e educada que consegui:

- Moça, você poderia me dar licença?
- VOCÊ NÃO TÁ VENDO QUE O CARRINHO TÁ AQUI NA FRENTE NÃO DÁ NÃO NÃO DÁ PO NÃO DÁ NÃO TÁ VENDO AQUI Ó O CARRINHO MENINA NÃO DÁ NÃO VIU?

O que posso dizer? Ela foi educada e me pediu para esperar.

O importante é que, no fim das contas, comprei a latinha de champignon e voltei para casa sã e salva. E todo o ponto deste post resume-se à seguinte lição: não sejam educados. Esbarrem nas pessoas, gritem com elas, chutem mendigos e, sobretudo NÃO TENTEM AJUDAR os outros no mercado.

domingo, 30 de maio de 2010

Hipocrisia rules.

É, eu sei. Mil anos sem postar, ninguém mais lê... é isso aí.

Cá estava eu, vivendo minha vidinha mais ou menos, sendo chata e comendo muito chocolate (até que não). E brasileiro tem essa mania de ver as coisas e achar que está tudo errado. Somos todos um bando de pseudo-intelectuais com uma visão alternativa do mundo. Naturalmente estou incluída nesse bando e venho reparando em tópicos passíveis de serem malhados (aka qualquer coisa que entre em evidência).

Basta aparecer uma notícia ou vídeo relacionado a alguma sensação momentânea e milhões de respostas aparecem. Vários anônimos posicionam-se contra ou a favor e defendem sua opinião batendo no peito e urrando como gorilas. Das twilight freaks aos críticos cult, todo mundo quer dar seu pitaco. Já dizia o Cauê: falar mal de modinha virou modinha. Aliás, lembro dessa citação no ¿Que Diabos?.

Nada mais cool que descer o pau naquilo que todos gostam. Primeiro porque você supostamente se destaca da massa, é capaz de passar um pente fino na cabeleira e só levar o que quer. Acontece que uma das várias utilidades do pente fino é nada mais que catar piolhos (tirem suas conclusões daí). Segundo: modinhas se espalham como câncer; logo, existe um público imenso que invariavelmente se revoltará com seus comentários e inflará seu ego respondendo as críticas. É diversão garantida.

Não que seja ruim, cada um com sua opinião. Contudo essa corrente anti-modinha trouxe uma nova necessidade de abominá-las a todo custo. A questão não é mais ter gostos diferentes, mas crucificar Justin Bieber a todo custo. Antes que apontem seus rifles no meu fígado, digo que eu estava afogada nessa corrente até pouco. Tomando o próprio Bieber como exemplo, muitos apontam o dedo pra ele chamando-o de tosco, gay, etc e whatever. Bem, não estou aqui para discutir a sexualidade do rapaz, mas com certeza ele já chegou mais perto dos peitos da Beyonce que qualquer um de vocês aí. Não, não sou uma "Belieber", elas são todas umas fanáticas desmioladas. Mas não estou aqui para criticar fanatismo.

Acontece que não importa o que ele é. Existem muitos músicos que cada um considera ruim/bom porém ninguém persegue dessa forma, sacaneando constantemente. O problema está na moda de ser menina com cabelos Seda lisos e sedosos alisar o cabelo e jogá-lo pro lado. Virou senso comum considerar isso gay. Logo, Justin Bieber = gay. Junte com a idade e voz fetais mais a horda de pré-adolescentes sedentas por ídolos e temos um excelente tópico para meter o malho.

Só que não é bem assim. Se eu acho um absurdo ele fazer tanto sucesso? Sim, claro. Mas no que isso muda a minha vida? No que altera a sua vida? Falar mal dele não vai deixá-lo menos famoso, muito menos mudar a cabeça dessas garotinhas querendo dar (caso seu irmão curta, pode dar umas porradas nele). Postar sobre ele no seu blog/vlog muito menos. Verdade que o conceito de "bom" aqui nas terras tupiniquins é meio duvidoso, todavia é possível expressar sua insatisfação sem showzinho. Rechace com estilo, ignore.

O caso é tão exagerado que a nova onda é falar mal de quem já faz isso. O pior é que não precisam nem do conteúdo, basta pegar algum detalhe. Vejam os vídeos do Felipe Neto, há quem o critique somente pelo sotaque carioca e o topete. Meldels, quer dizer que uma pessoa é menos produtiva pelo seu modo de falar ou por alguma particularidade na aparência? Verrugas no nariz tornam um indivíduo incapaz de gerar conteúdo decente?

Vamos pensar, gente. Ao invés de sair por aí xingando o alheio, conheçam, considerem e avaliem com seu próprio julgamento. Esqueçam as massas. O que você pensa?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Saga do Pop

Atire a primeira pedra quem nunca curtiu uma música pop na vida. Se estás com um pedrugulho na mão és um sacana, porque todo mundo já cantou ♪ If you wanna be my loooooveeeer ♪ com as Spice Girls.

Ah, você não? Ha, tá bom, machão.

(NEGAÇÃO - Porque se ele não for seu pai, você pode continuar traçando sua irmã)

O pop de uns anos atrás era realmente bom. Todos dançavam, se empolgavam e cantavam por aí. Vide ABBA, sucesso até hoje - ganhou remake juvenil e até um filme de trilha sonora exclusiva o/ -, ou Michael Jackson, the king. Os artistas tinham sua identidade própria e cada um seguia o estilo que lhes rendeu tantos fãs.

Com a população mundial aumentando como coelhos, o número de cantores do gênero popilesco sobre proporcionalmente. Assim surgem cada vez mais Britneys para conter a ânsia dos fãs descontrolados (que brotam como formigas, de cantos onde menos esperamos).

Acontece que o fantasma do clichê corre junto com a notoriedade desde que os happy endings perderam a graça. Por isso as estrelas pop precisam recorrer a estratégias que as mantenham sempre no topo... ou perto dele. Mas como... como estar sempre na mídia? Fácil, pequeno gafanhoto, basta seguir a fórmula do sucesso, percorrer a trilha certa... processo que gosto de chamar de A Saga do Pop.

1. Orgulho da Mamãe


Ahh, o início! Quando casais ainda são fofos; quando amigos não te mandam à merda; quando tudo é bonitinho e fofo. A maioria das cantoras pop começa assim: doce e meiga. Músicas agradáveis e/ou dançantes, com letras sobre como é bom amar ou a tristeza de ter um amor não correspondido por aquele vizinho gostoso encantador. Good girls don't speak naughty.

"If you could see that I'm the one who understands you... Been here all along, so why can't you see you belong with me?"

A maioria é dotada de madeixas loiríssimas (naturais ou não) e tem a voz extremamente sofrível menininha. Corpinho sempre de cheerleader, embora suas músicas preguem o quanto estas são fúteis. Seus fãs resume-se as jovenzinhas que queriam estar no seu lugar e a nova estrelinha está fadada a, eventualmente, namorar um dos Jonas Brothers.
Tenso.

1.2. Diva

GAGA LINDA, PEGAEL s2

Muitas tentam ser diva. Outras nascem. Dotadas de personalidade formam o grupo que realmente bomba. Costumam ter um estilo próprio, seja de dança, ritmo ou apenas excentricidade.

Não seguem estereótipos, criam tendências e são modelos para muitas malucas desesperadas. Em geral, a única característica comum nelas é o talento. Claro.


Mencionei excentricidade, né?

2. A Rebelde


Infelizmente nem todas conseguem ser divas. Às pobres mortais da leva de meninas boazinhas logo percebem que o mercado está hipersaturado (claro, afinal de contas temos novos talentos o tempo todo). O que fazer? Ai ai ai.

É o momento de se revelar e mostrar que good girls don't have fun. Chega daquela menina boazinha. A onda é ser rebelde, chutar o balde e mostrar pra ele que você NÃO precisa disso. Seja lá o que isso for.

"That crazy chick don't know who she is messing with."

Ameaçar a coleguinha, quebrar o shopping, bater em garotos... elas são punk. Nada de rosa, o preto é lei. E falando em preto...

3. Crazy Bitch

A boa e velha meia arrastão junto com cinta liga pretas dão o toque final. Quando a carreira está esfriando e a criatividade é escassa... não há nada que venda mais do que sexo. Todo mundo sabe disso.

"But all of the boys and all of the girls are begging to if you seek amy..."

Quase todas sucumbem a biscatagem. E é preciso pouco (heh) pra seguir o estilo. Micro-vestidos, cintos sainhas, flashes de roupas íntimas... ou pode-se adotar o hardcore: esfregar-se em vários homens/mulheres enquanto rebola freneticamente, usar e abusar do corpitcho com vários closes que deixariam papai vermelho de raiva... Daí pra baixo.

Os DVD's vendem loucamente (tarado é o que não falta) e as músicas ganham batidas tão psicodélicas que não há quem resista a rebolar junto. Vendas? Ok. Sanidade mental? Nem tanto...

4. A Louca


Pois é. De louco todos temos um pouco. Pressão dos fãs, da gravadora e agente, viagens constantes, vida atarefada e sem tempo para relaxar (OPA, OS FÃS TE VIRAM, CORRE!). Isso acaba com qualquer um, né?

Ok, eu sei que você é uma diva e a atenção dos fãs só te fortalece, mas ninguém ensinou isso pra Britney, entende? :\

Então elas surtam. Saem por aí batendo em fotógrafos, ameaçando jogar crianças pela janela, raspando a cabeça, engordando (olha cábsurdo) e... não fazendo música. Porque, né, pra quê? Se você já está surtada aparecendo em tudo que é tablóide, quem precisa lançar discos?

5. Sou madura, bgs.

Existe uma expressão recorrente, "dar a volta por cima". Exatamente o que as nossas pop stars fazem após a loucura.

"It's alright, it's ok. I'm so much better without you. I won't be sorry... Alright, ok, so don't you bother what I do..."

Sei que a Tisdale não surtou [ainda], mas essa música é um ótimo exemplo do momento sou-madura-sou-mulher-vemk-que-vou-te-mostrar. Elas tentam fingir mostram que conseguem cantar e fazer músicas com letras aceitáveis sem apelar. O quê, na verdade, deviam fazer desde o início.

Acho que o melhor de trabalhar com música é justamente isso. Criar, compor, cantar e tocar. Pra se perder no meio do caminho e deixar a música como coadjuvante tira todo a razão da coisa. Dançar é muito bom, mas se for só pra aparecer perde toda a beleza. Let it be, ladies. Quem sabe vocês não conseguem chegar mais perto de ser uma diva... ou talvez só caiam da cama.
BlogBlogs.Com.Br

  ©Template by Dicas Blogger

TOPO