sábado, 5 de março de 2011

Gente que devia morrer

Todas as pessoas são únicas. Cada um possui características que o tornam especial e o diferenciam dos outros à sua volta ou do outro lado do planeta. Grandes discussões sobre o que define a personalidade permeiam os meios social e científico; "genética", "ambiente", "cultura", são tantas as hipóteses que o ser humano parece se tornar mais complexo a cada dia que passa.

Há, entretanto, queridos, coisas que não mudam. As haters gonna hate, cachorros lamberão as parte íntimas, gatos engasgarão com bolas de pêlo (2012 não chegou ainda, ok) e pessoas seguirão tendências. Repetir o comportamentos (e erros, heh) da geração anterior parece algo incrustado em nosso DNA a fim de trollar à todos no dia do juízo final. Todavia alguns parecem impacientes e não querem esperar até ano que vem, preferindo, desde sempre, incomodar o alheio. Estes abrem mão de serem interessantes por suas peculiaridades e preferem assumir perfis pré-existentes puramente pelo desejo de piorar o inferno que é a vida numa cidade. E quando falo cidade refiro-me a engarrafamento, transporte público deficiente, hell-of-a-crowd, falta de educação e sujeira.

Aproveitando o Carnaval, no qual tudo isso aumenta exponencialmente, fiz um apanhado de tipos específicos que deveriam ser jogados no canto mais obscuro do inferno, onde suvacos fedorentos estão no seu rosto enquanto você tenta voltar pra casa de metrô.
Encabeçando essa galera não podiam deixar de estar os sacoleiros. Mas do que exatamente você está falando, Kacey? Ora, eu explico. Sacoleiro é a pessoa que nasceu grande demais para ser alocada em seu próprio corpo, tentando, de todas as formas possíveis, estender sua existência física. A maneira mais simples de fazer isso é carregar para cima e para baixo o máximo de tralha que seus braços conseguirem carregar e suas pernas conseguirem arrastar. (In)Felizmente, muitos tem essa capacidade limitada, assim, os sacoleiros recorrem a ambientes apertados, nos quais podem usar suportes extras e aumentar ainda mais seu novo corpo.

Agora vamos repassar os conceitos de apertado e suporte, segundo Aurélio.
1) a.per.ta.do - adj, masc; metrô, ônibus, trem, Renner em dia de liquidação.
2) su.por.te - subst, masc; corpo de outras pessoas

Revisado isto, sigamos. Com seus membros extensíveis alocados nas mais diversas variedades de sacolas e bolsas, este grupo transita pela cidade esbarrando nos outros, ocupando acentos extras e apertando todo mundo na busca de apoio. E AI DE VOCÊ, DANADO, se encostar um pelinho do braço em qualquer pertence do sacoleiro. Ele se sentirá ameaçado e iniciará uma discussão de altíssimo nível, da qual você terá sorte se sair só com uma sacada na cabeça.

Para nossa alegria o ser humano consegue ser bastante flexível quando quer. Conseguimos conviver com os sacoleiros ao adquirir habilidades de esquiva e contração, como gatos invadindo sua casa pelas grades da janela para comer seu peixinho dourado. Só que além de flexível, o homem também é bastante imbecil. Gostamos de inventar apetrechos que nos farão sofrer num futuro próximo. Vide o alto-falante do celular. Este possibilitou o surgimento de dois novos tipos ainda mais irritantes que os sacoleiros: os musiqueiros e os portadores de Nextel.

Odeio Nextel. A idéia é boa, mas brasileiro que é brasileiro sabe avacalhar qualquer coisa. Imagine-se no meio da aula, depois do almoço e com as luzes apagadas devido ao projetor. Você se esforçando ao máximo para não ceder ao sono e tentar absorver alguma informação, quando um "pibip" seguido de um "FALA, VIADO/BARANGA" irrompem pela sala. Eu vos pergunto, amigos: COMO PROCEDER? Eu sei que existe a função silenciosa, mas por que eles NÃO usam? D:

E o que falar de quem coloca músicas no alto-falante do celular? Para piorar, em 154% das vezes é ruim. Na verdade, a qualidade da música é inversamente proporcional ao número de horas que você deverá passar perto do musiqueiro. Also, é impossível pedir a eles que abaixem o volume, já que isso será interpretado como "Amigo, por favor, estoure meus tímpanos" e prontamente obedecido desta forma.

O caos se instala neste ambiente cheio e barulhento, já que estes dois adjetivos, quando juntos, atraem uma praga chamada profeteiro. O profeteiro é aquele que se aproveita de algomerações para pregar toda e qualquer idéia que ele defenda. Seja religiosa, seja social, ele te ataca quando você não pode se defender e martela em seu ouvido. Querendo ou não, algo vai acabar entrando no seu subconsciente e assombrará seus sonhos. Eventualmente eles pedem dinheiro também. Se você não der, sofrerá as consequências - seja lá quais elas forem.

Por fim, não podemos esquecer do micareteiro, a criatura que anda de abadá para ahazzar. Sinceramente, não consegio enxergar o propósito de se apertar junto, suar junto, pular junto, encher a cara junto e vomitar junto. Ou melhor, consigo sim: copular. Copular loucamente, como se a sobrevivência da espécie dependesse disso. Aliás, vocês que vão para o Carnaval, façam-me o favor de não voltar.

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ps: desculpem a falta de imagens ): A internet e eu estamos brigadas.
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