quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Hemorragia Cerebral

Fazer resenha é modinha e não pude resistir à tentação ;D
ATENÇÃO: Esse post conterá MUITOS spoilers. Se você não gosta ou não viu o filme, aconselho que não leia. Depois não diga que eu não avisei.
Já que eu fui gentilmente convidada pra uma sessão pipoca de TRÊS filmes (olha como sou importante, néin ;D), tive que pesar entre ficar em casa no pc vendo séries no pc ou ir pra casa da minha amiga ver filmes. Como, a partir da semana que vem, minha vida social será resumida a ir até a padaria e voltar, aceitei o convite de bom grado.

E eis que chego lá e me deparo com um menino até bonitinho na tela. Em um filme não tão bonitinho assim...

Sangue, carinha de psycho...IRADO, neah?

FUNNY GAMES ou VIOLÊNCIA GRATUITA começa com uma linda família feliz indo passar suas férias mágicas em uma casa na praia enorme, com portões(friso isso porque será importante depois). O marido sorridente e o filho chorão vão pescar (claro, porque com barcos, trilhas e tudo o mais, todos preferem pescar...). A mãe-modelo-de-seriado vai pra cozinha cortar carne.

Vale ressaltar que o filme NÃO tem trilha sonora. Portanto você não se assusta quando o moleque com cara de zumbi aparece atrás da mãe com uma expressão de quem viu a Dercy Gonçalves sem maquiagem dizendo "Tem alguém aqui..." com uma faca na mão.

Esse simpático loirinho nada quer senão 4 ovos para que sua anfitriã possa cozinhar. Ann, como boa vizinha, oferece os ovos - que o moleque faz questão de quebrar quando estava para sair de casa. Além de sujar o tapete da mulher, ele ainda pede MAIS ovos. Dizendo que como boa vizinha ela tinha que dar de novo (os ovos, ok?). Mas como dizer não pra um simpático rapaz com luvas brancas? Logo ela dá a porcaria dos ovos. E ele agradece gentilmente derrubando o celular dela na pia antes de ir embora. Jeitosinho, hein?
Quando Ann pensa que se livrou do esquisitóide houve um barulho na porta e, ao conferir, não há mais o rapazote, mas sim DOIS loirinhos. O primeiro (Peter) está assustado por causa do cachorro e o segundo (Tom) reclama que ele tem medo e devia ter vindo pegar os ovos e.... pedem mais. Ele quebrou. DE NOVO. E pediu mais. Gente, ovo é barato, toma tenência, homi.

Daí chega o marido com o filho e tu pensa "belê, ele vai por os dois pra fora". Só que o cara DÁ OS OVOS PRA ELES (os de galinha, seu taradinho...). 
Conversa vai, conversa vem, Tom começa a dar esporro como se fosse um absurdo eles não darem os ovos, porque eles já iriam comprar mais de qualquer jeito e blá blá blá... No fim das contas ele leva um belo tapa do marido e se estressa. Agride o homem com o taco de golfe que estava encostado na parede e ferra a perna dele toda. 
Nesse momento o espectador entra em crise e diz "ela VAI pegar o telefone e ligar pra polícia..."
MAS ELA NÃO TEM TELEFONE! E o celular do marido está no carro. HELLOOOOOW, era digital te diz alguma coisa, querido? QUEM deixa o celular no carro quando a casa NÃO tem telefone?

Só que em VIOLÊNCIA GRATUITA eles nem ligam pra isso. Por que, pensemos juntos, se eles fizessem, era só um dos loirinhos cortar o cabo. E não queríamos desperdiçar orçamento com uma cena simples dessas. NÃO, porque o filme é CHEIO de cenas inúteis. Veja bem:
Eles começam a torturá-los psicologica e fisicamente, além de forçá-los a aceitar a seguinte aposta: "Vocês apostam que estarão vivos nas próximas doze horas. Nós apostamos que estarão mortos". Sabe-se lá porque, o menino consegue fugir porque fica escuro DO NADA - não é falta de luz, só fica escuro mesmo - e tenta pular o portão (lembra dele?)... MAS ELE NÃO CONSEGUE. E corre pra casa escura da Sra Thompson. Onde, por sinal, ele a encontra morta (duuh...). Aí chega! Ele acha uma arma! YES! Agora o fucking moleque vai matar o Tom... mas a arma não tem bala... hahaha, original, não? 

Cá estamos, back to the house. Tortura vai, tortura vem... o moleque é morto (ohh) com um tiro. Aliás, a cena é magnífica. Tom está na cozinha comendo, enquanto Peter (chamado carinhosamente de Gorducho) aponta a arma es faz unidunitê para escolher quem matará primeiro. Pimba, tchau criança. Quando o quarto aparece na tela, há uma mancha enorme de sangue na parede PRÓXIMA AO TETO E NA TV. COMO ASSIM O TETO? O MOLEQUE TÁ ESTIRADO NO CHÃO! ELE VOOU? Por que o sangue não escorreu?!?!

Já agoniados, eu e meus amigos só reclamávamos, no entanto... tem que ver o fim do filme, né, gente? D: 
Por isso vimos o capítulo seguinte. O capítulo inteiro. O capítulo no qual, a mulher rasteja e tenta se desamarrar. O CAPÍTULO INTEIRO. Ela simplesmente caga pra criança morta e tenta fugir com o marido que (pobrezinho) está quase inválido de tanto que judiaram dele... Ann foge, mas os loirinhos do mal a trazem de volta. 

O filme não pode piorar né? HAHAHA, claro que... PODE! E FICA!
Em um segundo de distração de Tom, Ann pega a arma e atira no Peter... ele voa pela parede em um mar de sangue. EEE, acabou!!
Não.
Tom se desespera, mas não pelo que pensamos... ele procura o controle remoto.
Ok, ok, ele quer desligar a TV pra ficar de luto? Vai matar a mulher com o controle? Vai quebrar a janela? Coçar as costas...?
Não.
Ele aperta o botão e voltar e... A CENA VOLTA. Vemos a cena voltando como se estivessemos apertando o botão << no nosso controle. Ele VOLTA a cena. E impede que Tom seja morto. Ainda estou chocada com isso. Sério.

                                                                                   Olha, é o Professor Xavier <3

Meu cérebro já estava tão avariado que não registrei os eventos seguintes com perfeição. Porém posso dizer que o marido morre. E Ann é levada para um barco que veleja na direção da casa de sua amiga. Enquanto Peter tagarela, Tom pergunta as horas. São 8:40 DA MANHÃ. Sim, passou um dia inteiro. E o prazo da aposta esgotaria as nove. O loirinho se aproxima da nossa guerreira protagonista, que até tirou a roupa pelo seu pequeno filho, se arrastou pela casa, correu pela estrada, matou um homem, carregou o marido (tudo inutilmente, mas demos um crédito a ela)... recebe um beijinho na bochecha... um "Tchau, linda"... e é empurrada para morrer no mar.

Fim de papo.
A duplinha desce na casa da vizinha e... pede ovos.
HEHE, sagazes, eles, né não?

No fim das contas, esse foi o único filme que a gente viu.
Opinião final? Leia o título, ele é bastante auto-explicativo. 
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