sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tia é a mãe!

Nunca tive jeito com crianças. Em festinhas ou reuniões de família, sempre mantive uma distância segura delas. Não sei o que é, mas eu simplesmente não consigo pensar em algo para dizer ou fazer perto dessas criaturinhas. 
Já fui criança um dia (óbvio DD:), mas parece que meu cérebro se reiniciou há alguns anos e não consigo mais lidar com elas. 

Como nem tudo é perfeito, minha faculdade dos sonhos resolveu nos jogar ao mundo e provar que somos capazes de lidar com as pessoas, como todo futuro médico deve ser (opa, acho que vou mudar de curso LOL). Advinhem só o que era? Acertou se disse Teste de Acuidade Visual em crianças.
Para os leigos, O AV é usado para detectar algum problema na visão, como o estrabismo - vesguin, para os íntimos - ou a miopia, daltonismo e etc. 

O esquema era simples; haviam quatro estações onde a turma se dividiria e cada grupo aplicaria o teste em uma criança por vez. Um de nós apontaria para o cartaz com os símbolos - que deveriam ser imitados pela criança -, outro, tamparia um dos olhos do bichinho, o terceiro observava se a criança apresentava alguma dificuldade para enxergar e o resto... coçava a bunda enquanto esperava. 



Tudo começou bem, chegaram dois meninos super fofos e educados - um deles, de 9 anos, tinha até namorada, veja só!. Nos apresentamos, fizemos a entrevista e a coisa fluía lindamente. Comecei até a pensar que meu lado nee-san havia aflorado. Até que as outras começaram a vir. Quando me dei conta, tinham uns 4 meninos se empurrando pra fazer o teste e zoar quem estava sentado. O pior é que tínhamos recebido instruções para não deixá-los olhando, para evitar que eles memorizassem os símbolos e blábláblá, mas eles simplesmente... cagavam pro que a gente dizia.

[kc] - Eeei, meninos, vamos fazer uma fila. :D   
[Crianças endiabradas] EuPRIMEIROEU!EU!EU!
[kc] - DD: ... meninos, voltem aqui D:

A Santa professora levou-os para conversar com um garoto e eu fiquei em paz. Obviamente eles tinham que voltar para fazer o teste. E também voltaram a badernar, porque chegaram as meninas. Para minha sorte, um grupo de pessoas que preferiram continuar coçando a bunda foram lá conversar com as meninas, então pudemos despachar os meninos logo... --"
Em um dado momento, fui até a sala levar um dos alunos de volta. A monitora foi comigo porque eu não sabia o caminho. O caminho inteiro fui pensando em algo para dizer ao menino. E NADA brotava. Me peguei conversando com a monitora enquanto o menino só andava com a gente. Na beira da escada que dava para a sala dele, ela cochichou para mim:

- Sobe sozinha com ele. Conversa, vai! :D
- Tá! ><"
*sobe sobe*
- Hmm... então... você... tá enxergando bem? :)
- Sim.
- ... Hmm... que bom...

Chegamos a sala e ele entrou.
É, não fui muito bem sucedida.

A atividade no geral muito legal. Observar e falar com elas, a dinâmica - inclusive sair do ambiente da facul um pouco. Com certeza faria tudo de novo e adoraria outra vez. No fim, uma das menininhas veio e abraçou meu grupo todo, o que, por si só, fez a manhã valer a pena.

Teve também o garotinho que, provavelmente por causa do jaleco, juntou sua coragem e força e me perguntou:
- Tia, posso beber água?

Tia... Tia... porra, eu não tenho nem TAMANHO pra ser tia.
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